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Atletas são avisados a tomar cuidado com beijo e sexo casual para evitar doping

Os tenistas Jannik Sinner (esq.) e Anna Kalinskaya dando um selinho no US Open
Os tenistas Jannik Sinner (esq.) e Anna Kalinskaya dando um selinho no US OpenAntoine Couvercelle / Panoramic / Panoramic / Profimedia
Atletas de alto rendimento devem pensar duas vezes antes de beijar na boca ou ter encontros íntimos com estranhos sob risco de cair no doping. A recomendação foi dada por um de especialistas no Sport Resolutions, conferência realizada em Londres na quinta-feira (1º).

O relembrou o caso lendário do tenista francês Richard Gasquet, que testou positivo para cocaína em 2009. Ele conseguiu escapar de uma punição pesada ao mostrar que a droga apareceu em seu teste por causa de uns amassos em uma balada de Miami.

Gasquet conseguiu fazer com que (a mulher que beijou) viesse e prestasse depoimento para dizer: 'Sim, sou viciada em cocaína. Eu uso cocaína”, contou Mark Hovell, advogado esportivo e membro do comitê do caso de Jannik Sinner, atual número 1 do mundo, que está suspenso por doping.

A recomendação dos especialistas vem há poucos dias do término do gancho de Sinner, que está longe das quadras há 3 meses. O italiano alegou ter entrado em contato inadvertidamente com uma substância proibida porque seu ex-fisioterapeuta estava com as mãos infectadas após tratar um machucado.

Travis Tygart, chefe da Agência Antidoping dos EUA, citou durante o também o caso da boxeadora americana Virginia Fuchs.

Em 2020, Fuchs testou positivo para metabólitos banidos, mas foi liberada depois de provar que o sexo com seu parceiro foi responsável pela transmissão da substância.

Sinner poderia ter pego gancho de 2 anos
Sinner poderia ter pego gancho de 2 anosAFP

Acho que, com base nos casos que vimos, é preciso ter cuidado com quem se beija e com quem se tem um relacionamento íntimo”, disse Tygart, conforme relato do jornal britânico The Guardian.

É um mundo bastante ridículo esse em que esperamos que nossos atletas vivam, e é por isso que estamos tentando mudar as regras (do doping) para torná-las mais razoáveis e justas”, afirmou Tygart.

“O ônus sempre recai sobre os atletas. Nós, como organizações antidoping, precisamos assumir parte dessa responsabilidade", acrescentou o americano.

"Me preocupo com a quantidade de trapaceiros intencionais que estão realmente escapando (de punições) porque estamos gastando muito tempo e recursos nos casos que acabam sendo de alguém beijando alguém em um bar”, finalizou Tygart.

Muitos tenistas de ponta já relataram ter o dia a dia completamente alterado por medo do doping. Recentemente, a brasileira Beatriz Haddad revelou que “não bebe água de ninguém” e não come carne em países que usam anabolizantes em animais.